sexta-feira, 27 de julho de 2007

Maior parte de DNA humano é lixo, mas tem utilidade para pesquisa, diz estudo

Madri, 12 jul (EFE).- Ao todo, 95% do DNA humano é "lixo", porque não codifica genes e são, em sua maior parte, repetições dos fragmentos importantes do genoma, apesar de terem utilidade para pesquisas, segundo um estudo que será publicado amanhã pela revista "Science".
Os autores da pesquisa acreditam que é preciso decifrar essa parte do genoma, apesar de ele ter sido considerado até agora "indecifrável" do ponto de vista da ciência.
O estudo afirma que uma seqüência desta parte de DNA é crucial para o funcionamento do gene do hormônio do crescimento, a partir de uma experiência com ratos.
A equipe de cientistas analisou uma seqüência "intergênica", a Sineb2, que aparece repetidamente no DNA de grande número de mamíferos e, em menor medida, especificamente no ser humano.
Segundo as conclusões do estudo, a ativação da seqüência, que já tinha sido relacionada com a resposta ao estresse celular e às infecções virais, determina a expressão do gene do hormônio do crescimento, cujo déficit leva ao nanismo (deficiência no crescimento).
Os pesquisadores demonstraram que determinadas alterações da Sineb2, adjacente ao hormônio do crescimento do rato, provocam a perda de expressão deste gene. Ele está envolvido no crescimento das células, na mitose (processo de multiplicação das células), no envelhecimento e na longevidade do ser humano.
A relevância das descobertas está em que a alteração da Sineb2, que se localiza em regiões muito afastadas do corpo do gene do crescimento, provoca o mesmo efeito que a mutação direta na área codificante do própria hormônio. O resultado é que, em ambos os casos, perde-se a expressão do gene.
Normalmente, as doenças associadas à função anômala de um gene têm como causa, justamente, sua alteração. No entanto, é comum que pacientes tenham sintomas de que a função desse gene está modificada sem que seja observada uma mutação no mesmo.
Em muitos destes casos, segundo o estudo, a explicação está em áreas reguladoras do genoma intergênico, inclusive em áreas afastadas do próprio gene.
O DNA intergênico é uma área de difícil análise, devido à abundância de seqüências repetidas. Nele, porém, parecem estar as respostas que permitem explicar por que os genes são ativados em determinados momentos do desenvolvimento, ou por que o fazem em umas células e não em outras.
A pesquisa foi dirigida por Victoria Lunyak, da Universidade da Califórnia, em San Diego, e contou com a colaboração do espanhol Lluis Montoliu e de outros dois membros de sua equipe, Rosa Roy e Ángel García. EFE

1 comentários:

Marina disse...

Olá, professor. Fui sua aluna aqui no Sigma durante o primeiro ano e seu blog ainda me ajuda nos meus estudos. Só gostaria que você soubesse que ele ainda é útil para mim e meus colegas.
Um abraço!
Que a força esteja com você...